terça-feira, 22 de setembro de 2009

Educadores e sala de informática: por onde começar?



Muito se fala da necessidade de incorporar o uso da sala de informática à prática pedagógica. No cotidiano, os alunos pedem para utilizá-la, o professor gostaria de freqüentá-la, mas algumas vezes não se sente seguro. O coordenador pedagógico quer ajudar, mas nem sempre sabe como. O que fazer? Por onde começar?

Tudo fica mais fácil quando se conhece a relação dos educadores com a informática, seus hábitos de uso e necessidades. Com um diagnóstico inicial em mãos, é possível planejar e propor exercícios para os educadores com grandes chances de sucesso, auxiliando-os nas atividades com seus alunos no laboratório.

O diagnóstico inicial pode ser feito a partir de um formulário que os educadores preenchem e devolvem ao responsável pela sala de informática e/ou coordenador pedagógico para que os dados sejam tabulados.

Esse formulário é uma sugestão e pode ser adaptado conforme as necessidades de cada escola e grupo. Ele contribui para a coleta de dados dando uma idéia geral das habilidades, necessidades e hábitos do professor quanto ao uso da Internet em sua vida pessoal e na escola. Além da Internet, o uso de aplicativos também pode ser levantado, já que são importantes ferramentas no trabalho com o computador.

Recomenda-se que a maioria das questões seja de múltipla escolha, para facilitar o tratamento dos dados. Perguntas abertas também são interessantes para que o educador possa expressar os motivos pelos quais não utiliza o laboratório com seus alunos.

As respostas contabilizadas oferecem um panorama da relação dos educadores com a informática e com o uso da sala, além de apontar as necessidades específicas de cada um.

Com esse material em mãos, fica mais fácil saber por onde começar. Exemplos:

· se os educadores ainda não navegam na Internet
seria interessante reuni-los no laboratório para que conheçam os sites de busca, realizem pesquisas e aprendam a navegar;

· se a maioria dos professores não tem e-mail
uma alternativa é a organização de encontros em que eles criariam um endereço eletrônico com o auxílio de outro professor ou monitor.

:: Todos os professores com e-mail!

Foi o que fez a professora Paloma Godoi, responsável pela sala de informática da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pracinhas da FEB, na cidade de São Paulo. Com a aplicação do formulário, Paloma detectou que os educadores ainda não possuíam um e-mail. Ela organizou seu horário e ajudou-os a criarem um endereço eletrônico e se cadastrarem no EducaRede.

Paloma diz que depois desta atividade a freqüência dos educadores na sala de informática aumentou. “Muitos professores que não utilizavam o laboratório começaram a freqüentá-lo regularmente para fazer a checagem de seus e-mails. Alguns achavam que criar um endereço eletrônico era uma coisa muito difícil e, antes de abrirem os seus, até relutavam em trazer os alunos para que eles também o fizessem”.

A professora Paloma conta ainda que, além da checagem, os educadores passaram a navegar na Internet. Ela percebeu que eles começaram a levar indicações de sites para seus alunos por conta própria, sem o auxílio dela, como ocorria anteriormente.


“Alguns educadores são bem assíduos na checagem de e-mails e outros o fazem em suas casas Eu mesma recebo várias mensagens deles e de outros orgulhosos de poderem falar aos filhos, que agora também têm endereço eletrônico. Outro fato interessante é que muitos funcionários da escola (agentes escolares, merendeira, inspetor de alunos) também criaram um endereço eletrônico e têm o costume de utilizá-lo.”

Quanto mais o professor toma contato e incorpora as novas tecnologias no seu dia-a-dia, melhor será seu desempenho no papel de orientador e facilitador da aprendizagem do aluno.

Fonte: Educarede - Mílada Tonarelli Gonçalves

Aprendendo com os velhos ditados:

(Prof. Paloma Godoi, responsável pela sala de informática da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pracinhas da FEB –SP)

1) O que os olhos não vêem o coração não sente...

Levar os educadores para atividades na sala de informática pode ser uma boa estratégia para aproximá-los das ferramentas. Aos poucos, os equipamentos e programas se tornam mais familiares, e o professor fica ainda mais confiante para planejar atividades no laboratório e fora dele.
“Sinto que, quando temos um professor que conhece e utiliza a ferramenta, é mais fácil o aluno adaptar-se a ela”, afirma Paloma.

2) Quem pode mais chora menos...

Os educadores mais familiarizados com o uso da informática podem auxiliar o responsável pela sala durante as atividades com os demais professores. É importante organizar encontros para que os educadores troquem experiências entre si.

“Espero conseguir atingir mais professores, dar mais segurança para que eles utilizem essas ferramentas, além de criar atividades que estimulem as pessoas que não usam o laboratório” .


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