sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Integração de tecnologias com as mídias digitais

Este video mostra como trabalhar a integração de tecnologias em práticas educacionais que articulam diferentes tecnologias, a partir das especificidades das mídias. Procura responder a questões sobre o que existe por trás da integração de tecnologias e mídias em relação às características constitutivas de cada mídia, e, ainda,como são articuladas as distintas mídias de acordo com as intenções da atividade.Este video é uma série do Programa "Salto para o Futuro/TV Escola" VALE A PENA ASSISTIR!

Futuro/TV Escola" VALE A PENA ASSISTIR!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

APRENDENDO A APRENDER COM AS TICS

Um brevíssimo estudo de caso”

Este artigo é um breve relato de “um estudo de caso do paradigma de ‘aprender a aprender’ no contexto das TICs e da web 2.0”.

Os fatos relatados transcorreram no segundo semestre de 2008 e envolveram duas turmas de professores de escolas municipais de duas cidades paulistas, cada turma com uma média de 15 professores de diferentes escolas, todos envolvidos em um projeto de capacitação para o uso pedagógico dos computadores e da Internet. De acordo com o relato embora as duas turmas fossem compostas por professores com real interesse em aprender a usar a tecnologia para a melhoria da qualidade do ensino em suas escolas, em ambas havia ainda uma grande quantidade de professores bastante inseguros sobre o uso dos computadores e com forte tendência ao perfil do “Professor Tradicional”, bem distante do perfil do “Professor Digital” ou do “Professor Web 2.0”. Como esses dois perfis já estão descritos nos respectivos artigos (clique nos links para lê-los), é descrito resumidamente o perfil do “Professor Tradicional” no que diz respeito à maneira como ele vê e interage com as tecnologias digitais contemporâneas. Leia o texto na integra clicando AQUI. é uma experiência bastante interessante. Não deixe de ler, Ler nos torna diferente, mais feliz e mais inspirados.

(*) Este artigo foi publicado originalmente no blog Professor Digital e reproduzido pelo autor no Portal do Educarede.


Criado por: José Carlos Antonio

domingo, 2 de agosto de 2009

FINAL DE FÉRIAS

As férias acabaram, mas com certeza foram ótimas para "recarregarmos nossas baterias". Dias , estes que aproveitamos para passear com a familia, visitar amigos, terra natal, parentes, ou desenvolver alguma atividade, estudar, fazer boas leituras, escrever e publicar no Blog, a final "blogueiro que se preze não sai de férias, mesmo se o blog é de uma escola ou NTE", palavras do colega Fanz Kreúther.
Por falar em trabalhar, estudar nas férias, ler, escrever, publicar, lembrei do que li sobre Férias escolares no Japão. Na cultura japonesa, férias não significa – não fazer nada. As escolas japonesas de primeiro grau não acreditam que as crianças devem descontrair durante as férias, a não ser que sejam vigilantes. E assim os professores preparam uma grande quantidade de deveres de casa para garantir que os alunos não percam o ímpeto escolar. Acreditam também que estudar durante as férias e os feriados previne a delinqüência, por manter as crianças ocupadas e longe das ruas. Dessa forma, enquanto os pais planejam suas férias de primavera, ficam com medo da quantidade de dever de casa de seus filhos.
As férias são também vistas como um momento para se dedicar àquele projeto que você não pôde fazer durante o ano escolar.
Se essa moda pega no Brasil!! Pensando bem, acho que sou a favor, desde que não haja excesso. Nada de fazer os filhos estudarem em pouco tempo o que não conseguiram durante o ano letivo. Haja visto, as férias são importantes para as crianças e adolescentes refazerem-se do estresse causado pelas atividades escolares, assim como para os pais se refazerem do cansaço do trabalho durante o ano. As férias são merecidas por todos. Quem não gosta de ter uns dias para ficar de pernas pro ar, sem nada na cabeça? Eu disse alguns dias.
Eu nessas férias, praticamente, fiz um pouco de cada coisa:

Aproveitei também para ler um pouco sobre os clássicos da Literatura Latina, entre eles Lucius Annaeus Sêneca, um dos autores que viveu o periodo do Latim Clássico, chamado de "Era de Prata" da literatura latina.
"Sêneca", homem de estado, orador, escritor romano. Exerceu grande influência intelectual em Roma no ano I (a.C.), suas obras se destacam por terem servido de inspiração às gerações posteriores, especialmente durante o Renascimento.
As obras de Sêneca abrangem diversos gêneros, desde tragédias, passando por tratados filosóficos e científicos, até as epístolas. Esta é considerada por muitos estudiosos um dos mais importantes legados de Sêneca. Trata-se de 124 epístolas divididas em 21 livros (o 22º livro reúne apenas fragmentos de outras cartas), escritas por Sêneca para seu discípulo Lucílio,com a finalidade de ensinar a este como viver segundo os princípios da Filosofia Estóica.

Tive a oportunidade de ler algumas dessas epistolas e os aspectos recorrentes no estoicismo observados nas cartas remete a postura do homem sábio que deve manter diversas atitudes: O desprezo pelo morte, bens materiais ou qualquer tipo de aflição: fome, abstenção sexual, aborrecimentos. Ou seja, bem tipico do estoicismo que defende o autodominio e a indiferença perante os males físicos e morais, o que representa força de caráter perante as adversidades.

Ao ler algumas dessas epistolas o que mais me chamou atenção foi a construção de imagens e metáforas usadas pelo o autor para dar ênfase na postura a ser adotada pelo homem que busca a sabedoria. Eu escolhi algumas e trouxe para cá. Veja o que diz Sêneca em relação:

1-A pobreza
Diz Sêneca, "A pobreza é um estado honroso". – Logicamente, não é pobreza alguma aquela em que se vive bem, pois quando alguém se acomoda bem a ela, ele é rico. Não é pobre aquele que possui muito pouco, mas aquele que ambiciona mais. O que importa o quanto alguém tem no cofre ou o quanto há em seus armazéns, quanto gado ele apascenta ou quanto dinheiro ele empresta a juros, se ele ambiciona o alheio? Se ele não soma o que ganhou, mas o quanto ainda deseja ganhar? Tu queres saber a medida da riqueza? Primeiro, ter aquilo de que se necessita e, depois, aquilo que lhe basta.

2-A Leitura
A leitura a que se refere Sêneca é aquela que serve para a FORMAÇÃO do indivíduo.
Sobretudo a humana. Por isto, Sêneca afirma a necessidade de ler apenas autores experimentados (aprovados, experientes, probatos). Veja:
"Vê o quão desorientada e instável é a leitura de muitos autores e de todo tipo de livros! Tu deves restringir-te a um número determinado de pensadores e nutrir-te deles, se quiseres tirar disto alguma coisa que seguramente se sedimente em teu intelecto. Quem está por toda a parte, não está em lugar algum. A quem passa sua vida andando a esmo em terras distantes, pode suceder que conheça muitas hospedarias, mas não conhecerá amigos. É exatamente isto o que necessariamente ocorre àqueles que não se aprofundam intelectualmente em nada, mas que correm os olhos por tudo, superficialmente e com pressa".

3- A participação do sábio na vida da cidade
"Quid tibi vindandum praecipue existimes quaeris? turbam. nondum illi tuto committeris. ego certe confitebor inbecillitatem meam: numquam mores quos extulti refero; aliquid ex eo quod composui turbatur, aliquid ex iis quae fugavi redit." ou seja:
"Queres saber qual é a coisa que com maior empenho deves evitar? A multidão! Ainda não estás em estado de frequentá-la em segurança. E confesso-te sem rodeios a minha própria fraqueza: nunca regresso com o mesmo caráter com que saí de casa;"

O filósofo nessa passagem parece exortar seu discípulo a se afastar do convívio social. Mas quando lemos essa outra passagem abaixo, parece amenizar tal crítica feita por Sêneca. Compreende-se que o filósofo não quer criticar o convívio em meio à massa, mas sim a subordinação do indivíduo a tal convívio.

""se contentus est sapiens." hoc, mi Lucili, plerique perperam interpretantu sapientem undique submovent et intra cutem suam cogunt. distinguendum autem est quid quatenus vox ista promittat: se contendus est sapiens ad beate vivendum (...)"
"O sábio basta-se a si mesmo." Amigo Lucílio, muita gente interpreta incorretamente esta máxima, afastando o sábio do mundo que o rodeia e reduzindo-o aos limites do seu corpo. Por conseguinte, é imprescindível distinguir bem o que significa, e qual o alcance desta frase: o sábio basta-se a si mesmo para viver uma vida feliz (...) (Ep. 9, 13)"

Russeau mais tarde parece confirmar tal pensamento de Sêneca quando defende que todo homem nasce bom, a sociedade é que o corrompe. "A superpopulação torna o convívio difícil, por isso é preciso que o respeito seja recíproco. Assim como Sêneca, Russeau acreditava que a forma de viver é alterada quando a vida coletiva potencializa as suas capacidades intelectuais. Para ele, isso ocorre tanto como causa quanto como efeito do contrato social, os indivíduos têm de ter uma consciência e um amor não apenas de si, como outrora, como também devem pensar nas conseqüências de seus atos em relação a outros indivíduos e reconhecer a necessidade da convivência com estes outros indivíduos. Por isso, Russeau afirmava que os problemas do homem decorriam dos males que a sociedade criava, e assim se tornava um ser oprimido pelas contradições da sociedade. Recomendava, então, ao homem que buscasse a sociedade da natureza para meditar sobre a natureza da sociedade, resumindo na máxima “conhece-te a si mesmo”. Para conhecer a origem da desigualdade entre os homens, é preciso conhecer o próprio homem, uma vez que o conhecimento humano mais avançado é o de si mesmo.

4-Ao Tempo
"quaedam tempora eripiuntur nobis, quaedam subducuntur, quaedam effluunt
-Alguns momentos nos são tirados, outros surrupiados e outros simplesmente
passam (Ep. 1, 2)
omnes horas conplectere
-Abraça todas as tuas horas. (Ep. 1, 3)
" Não é que tenhamos pouco tempo, nós é que o desperdiçamos"

5- A moral e existência
-Temos a necessidade, repito, de alguém por cujo caráter procuremos afinar o nosso: riscos tortos só se corrigem com a régua! (Ep. 11, 10)
-O homem, se pode, deve ser útil a muitos; se não, a poucos; se nem a esses, aos mais próximos ou então a si mesmo; e terá feito também assim obra boa.
Ê difícil para o homem (e também para o sábio) manter sua serenidade perante o espetáculo da injustiça e da baixeza, do qual todos os dias é testemunha.
-Aliás, um dia é um degrau na vida. Toda a nossa existência consta de partes, de círculos concêntricos em que os maiores abarcam os menores (...) (Ep. 12, 6)

6- A morte
-A morte é uma necessidade, à qual ninguém pode fugir; pelo que nada vale a queixa: que nem os mortos recebem de bom grado.

7- A escola
"non uitae, sed scholae discimus ("Estudamos para a escola, não para a vida!" Ep. 106, 12), lamento que tematiza precisamente a relação entre aprendizado e sua aplicação, entre teoria e prática.
Observa-se que a prioridade expressa pelo autor entre teoria e prática nesta máxima é meio contundente, quando temos a concepção de que o estudo nada é se não for empregado na prática; caso não o seja, será apenas uma futilidade disfarçada, um desperdício, como apregoa vários estudiosos.

Interessante conhecermos tal preceito (Estudamos para a escola, não para a vida) exortado a quase dois mil anos de distância, e vermos que tal preceito ainda se compatibiliza, hoje, com muitas escolas brasileiras. Onde observamos um elevado nível de desistência, devido grande parte dos educandos não verem sentido no que aprendem na escola e sua prática cotidiana.

Conclui-se que a forma epistolar usada por Sêneca era apenas um pretexto, pois ele não se dirige ao amigo Lucílio, mas sim a toda a humanidade contemporânea e futura. Diremos que as questões, as máximas construidas por Sêneca em seu processo de doutrinação ao longo de suas cartas nao correspondem especificamente aquele momento, na realidade são de todos os tempos.

A MORTE DE SÊNECA
Sêneca foi politico, na época fez um discurso que provocou a ira do imperador Calígula que condenou-o a morte. Recebeu clemência graças a uma amante de Caligula. Mais tarde se uniu a Nero, novo imperador de Roma. Se envolveu com Nero no golpe para assassinar Agripina - mãe de Nero. Sêneca se afasta dos negócios de Roma e passa a escrever seus trabalhos filosóficos..
Mais tarde é vitima de uma falsa denúncia por seus inimigos. Nero condena Sêneca a morte através de suicidio. Sêneca não se abala e pede as tábuas do testamento; sendo-lhe respondido que isso lhe é vedado, dirige-se aos amigos: "Se não me é dado atestar-vos de outra forma meu reconhecimento, deixo-vos o que posso: a imagem de minha vida virtuosa." Corta uma veia do pé em busca de uma morte tranquila. Consolando os amigos desesperados, abraça a esposa, Pompéia Paulina: esta pede a graça de morrer com ele. Um mesmo golpe corta as veias de seus braços. À esposa, no entanto, é transportada para outro quarto, por ordem do imperador lhe foi impedida a morte. Sêneca corta-lhe outras veias para apressar a morte, vendo que as muitas feridas não bastavam, bebe uma porção de veneno; em seguida, toma um banho de água quente, depois um banho de vapores quentes: faltam-lhe as forças e adormece, placidamente, no sono da morte.


REFERENCIAS
BREGALDA, M. M. (2004) "Tempus em Sêneca: abordagem de um conceito chave", Phaos, vol. 4, p. 39-57.
BREGALDA, M. M. (2006) Sapientia e uirtus: princípios fundamentais no estoicismo de Sêneca. Dissertação de Mestrado, IEL, Unicamp